8. Compensação EV
A medição da luz refletida tem suas vantagens, mas também possui desvantagens. Como ela não é feita medindo a luz que incide sobre objeto, ficamos sujeitos a erros de medição por conta da diferença de iluminação entre o objeto fotografado e a área ao fundo ou quando a fonte luz predominante tem sua origem por trás dele, ao que chamamos de contraluz. Isso pode ser percebido quando fotografamos alguém dentro de casa junto a uma janela num dia ensolarado ou alguém que esteja à sombra de uma árvore. Isso também ocorre quando o objeto está contra o céu como fundo.
O inverso também é verdadeiro. Um objeto diante de um fundo escuro pode ficar superexposto se essa área predominar sobre o objeto.
Esses erros ocorrem porque de modo geral, os fotômetros medem a média de luz que recebem dentro de uma determinada área. Algumas câmeras mais sofisticadas permitem concentrar a medição em uma área menor, geralmente ao centro e obter uma leitura mais precisa.
Figura 8.1: Subexposição por luz de fundo
Note na primeira foto acima que o céu e as nuvens estão corretamente expostos, mas a estátua e os detalhes à frente dela ficaram escuros. Observe na terceira foto que aumentando a exposição, obtemos detalhes da estátua e do jardim, mas as nuvens e o céu ficam praticamente brancos e sem detalhes.
O recurso para corrigir esses erros de exposição é bem comum nas câmeras digitais, sendo encontrado até em algumas câmeras de celular. Consiste em compensar a leitura do fotômetro através de uma subexposição ou superexposição intencional, chamada de compensação EV (Exposition Value ou Valor de Exposição).
Geralmente as câmeras podem fazer essa compensação EV em até dois “pontos” para cima (superexposição) ou para baixo (subexposição), o que significa “aumentar” ou “diminuir” em 4 vezes a quantidade de luz (o dobro ou metade para cada ponto).
Nas câmeras digitais, como você pode ver a imagem instantaneamente, você pode fazer a compensação e verificar o resultado na hora para procurar a melhor opção.
Essa compensação na exposição pode ser usada intencionalmente como recurso da linguagem fotográfica, conferindo maior destaque ao objeto fotografado ou propiciando uma mudança na “atmosfera” da cena.
Figura 8.2: Subexposição intencional
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