1. Luz
Light makes photography. Embrace light. Admire it. Love it.
But above all, know light. Know it for all you are worth,
and you will know the key to photography.
– George Eastman
Não há como falar em fotografia sem falar de luz, conforme a própria origem da palavra descreve: do grego “Photós” (luz) + “Graphê” (escrita, desenho) ou em outras palavras, “escrita de luz”. A luz é, portanto, responsável por toda a magia da fotografia e seu domínio torna-se fundamental para o exercício dessa arte. Sem luz, não existe fotografia.
De modo geral, uma fonte luminosa emite raios luminosos em todas as direções, percorrendo uma trajetória em linha reta até que sofram desvios seja pela refração ou reflexão. Existem outros fenômenos que provocam interferências nas trajetórias dos raios luminosos, mas vamos nos ater a esses dois, que são os mais significativos para a fotografia.
Figura 1-1: Fonte luminosa e raios luminosos
Na refração, os raios luminosos sofrem um desvio provocado pela mudança das características físicas do meio em que estão se propagando, mas continuam no mesmo sentido. O exemplo clássico da refração pode ser visto quando colocamos uma colher dentro de um copo d’água e ela parece “quebrada”. Isso ocorre porque os raios luminosos apenas mudam ligeiramente a direção ao mudar de meio (da água para o ar).
Outro exemplo é o da lente de aumento, quando você a posiciona a certa distância de uma superfície e concentra a luz do sol em um único ponto (ATENÇÃO: se você nunca fez isso e pretende experimentar, cuidado porque calor gerado nesse ponto é muito intenso a ponto de provocar chamas e queimaduras graves). Nesse caso a mudança da trajetória ocorre quando a luz entra no vidro da lente e muda novamente ao sair do vidro para o ar.
É graças a esse fenômeno físico, que as lentes de uma câmera fotográfica conseguem direcionar os raios luminosos refletidos pelos objetos, direcionando-os ao sensor para que a imagem seja capturada.
A reflexão ocorre quando os raios atingem uma superfície qualquer com características físicas diferentes e retornam ao mesmo meio de onde partiram. Podemos observar esse fenômeno quando olhamos para o reflexo do sol na superfície da água. Nesse caso, os raios luminosos estão percorrendo o ar e sofrem uma mudança de direção ao atingir a superfície da água e retornam ao ar. Quando a água está completamente parada, podemos ver a imagem do sol (e tudo mais a sua volta) com nitidez porque os raios sofrem desvios de forma uniforme, mas se a água está agitada, você consegue apenas perceber o seu brilho porque os raios estão sendo refletidos de forma difusa, ou seja, estão sendo “espalhados” de forma desordenada. É essa forma como os raios retornam que fazem com que possamos ver a nossa imagem refletida no espelho mas não na parede.
Figura 1-3: Reflexão em diferentes superfícies
O aspecto mais importante sobre a reflexão é que TODOS os objetos refletem a luz, em maior ou menor intensidade, dependendo basicamente da característica da superfície e da sua cor. Cores claras refletem mais luz do que as cores escuras. Na realidade é isso que faz com que percebamos essa diferença, ou seja, o quanto de luz retorna de um objeto. A nossa visão percebe que a neve é clara porque ela reflete muita luz e que um pneu é escuro porque a reflexão da luz é menor.
Voltaremos a falar sobre a reflexão das cores mais adiante. No momento, o que é importante sabermos é que sem luz que ilumine um objeto (e sua devida reflexão) não podemos ver nada, assim como a câmera fotográfica não consegue registrar a imagem.
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